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sábado, 3 de julho de 2010
Programa#150 - 3 Anos no Ar, Mídias Livres, Massa Coletiva e Discotecagem Radiofônica Ao Vivo
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terça-feira, 8 de junho de 2010
Primeiro evento do ponto de cultura independência ou marte conexões solidárias
segunda-feira, 10 de maio de 2010
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Uma tarde no Gonzaga
por Carlos Magalhães
O trabalho continua. Estamos agora andando no jardim Gonzaga eu, Carol, Rita (DAES) e Diogo (Incoop).
Fomos visitar o centro comunitário do Bairro, em seguida visitamos a USF e a ECO um espaço de convivência e lazer no coração do bairro. Um dia de céu azul, uma praça com diversos bancos de concreto sendo invadidos pelo matagal.
Crianças correndo, jovens andando de bicicleta. Uma brisa suave no ar.
Chegamos no fim de uma aula de dança, um grupo de meninas olha as sapatilhas e procuram a mais adequada para seus pés. Conhecemos Aline que trabalha com aquelas crianças há anos, desenvolvendo espetáculos de dança e formando jovens e mais jovens.
Trocamos contatos, marcamos um encontro em nossa sede. Dançamos com as crianças forró, tango e samba. É o começo de uma relação de anos, é o começo de um envolvimento nosso, mas é a continuidade de trabalhos anteriores que já existem há anos no Jardim Gonzaga. O trabalho continua.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Encontro

por Carlos Magalhães
Amigos, amigas e todos aqueles que estão vivos no mundo. Começamos a trabalhar o encontro, o cruzamento entre pontos, sejam eles fora do eixo, pontos de cultura ou pessoas interessadas em participar.
Se estivermos na mesma vibração iremos nos encontrar.
E estávamos todos na mesma vibração e nos encontramos.
Desse encontro foi criado um texto - uma ata prática e poética - foram produzidas imagens fotográficas e deliberado uma série de eventos a serem realizados em conjunto.
Clicando aqui, você poderá conferir esse texto criado no encontro.
Para ver as imagens basta apenas acessar o seguinte endereço: http://www.flickr.com/photos/massacoletiva
Desse nosso cruzamento sairão muitos outros encontros, permitindo que a roda de nossas vidas gire em uma sintonia astral que ainda não temos consciência qualé!
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Poema feito depois do encontro de sábado

Pontos de cultura
de luz
de força
(solidariedades são armas
danças são resistências)
cervejas geladas & galinhada & batuques transformando mentes & luares
livros espalhados por bibliotecas armadas para o futuro
enxame de ideias
massas de sabores
fuligens nas nuvens são cores
somento o céu conhece seu destino
somente os homens fazem história
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Imersões em Água Vermelha...
No processo de imersão, conectando-se com o distrito de Água Vermelha em busca de tornar as nossas ações como Ponto de Cultura mais orgânicas ao contexto local, estamos fazendo diversas visitas ao longo das semanas. Nesta 5a feira, eu e Rafa participamos da reunião geral do grupo da USF - Unidade de Saúde da Família, que nos recebeu muito bem. Eles fazem esse encontro semanalmente, discutindo o trabalho e aproximando mais a equipe e os agentes de saúde que circulam mais pela cidade e pelas fazendas da região. Logo de início, passaram a pauta para nós e fizemos uma rápida reapresentação já que o Dudu tinha feito uma primeira introdução na semana passada. Além disso, contamos um pouco mais de algumas áreas de trabalho que realizamos e como podemos trazer novas perspectivas também à partir das redes como estamos inseridos, como o Circuito Fora do Eixo.

Foi bem importante também para entender melhor algumas atividades que já são realizadas, e pensar em intersecções possíveis para um futuro próximo, pensando em fortalecer no primeiro momento o que é já é realizado. Por exemplo, aproveitar campanhas específicas que acontecem ao longo do ano para acoplar intervenções artísticas que tenham alguma relação com elas, ou mesmo fortalecer o campo do audiovisual que já foi mais forte em outros momentos com as sessões (interrompidas no momento) do Cine São Roque, e outras mostras espalhadas por todo o distrito.
Depois disso, o grupo seguiu com sua programação, com um trabalho de formação sobre o tema demência, fazendo uma apresentação e discussão à partir de um filme. Ficou a promessa de acompanhar outros dias o cotidiano das ações realizadas por lá, e deles comunicarem a agenda com a programação das próximas atividades, para que possamos nos programar para somar juntos da melhor maneira possível. Voltamos lá na semana que vem...
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Vídeo de Lançamento do Ponto de Cultura: Independência ou Marte - Conexões Solidárias
quarta-feira, 31 de março de 2010
Independência ou Marte#137 - Especial TEIA 2010 - Tambores Digitais, Novidades Quentinhas e Festival GAIA
Salve rapaziada. O programa#137 foi realizado Ao Vivo na Rádio UFSCar com Yasmin e Jovem, que havia acabado de chegar de Fortaleza (CE), da TEIA - Tambores Digitais, o encontro dos pontos de cultura. Depois de contextualizar tudo isso, o braço radiofônico do projeto iniciou suas conexões, com registros de vivências, samplers, ligações telefônicas e pesquisas na cultura musical independente brasileira.
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sábado, 27 de março de 2010
Tecendo a TEIA - Parte 2
por Carlos Magalhães
Dança, dança, dança, dança circular. Girando e girando, aproximadamente quarenta pessoas de mãos dadas. Ao meu lado uma nipo-germânica, na roda central, um preto forte de Rastafari, uma francesa, um descendente indígena, um branco brasileiro de nome europeu no palco junto do pernambucano mestre Zé Duda. A transformação, um país em transformação.
E o burro não sabe lê. Foi isso que ele aprendeu na escola, que o burro não sabe lê. Põe o burro advogado e ele não sabe lê, põe o burro presidente e ele não sabe lê. Tortura por anos o burro e ele não sabe lê.
Gira, gira e gira. Gira mundo gira vida.
Um mega anfiteatro, cadeiras posicionadas como um tobogã de estádio de futebol. Todos sentados no silêncio, assistindo à mais de vinte pessoas batendo em tambores, de couro e de aço. Orquestra Tambores de Aço! Mesmo assim, tava todo mundo parado. A luz colorida era a única coisa que dançava.
De mãos dadas, balançando pra frente e pra traz, em um ritual de purificação, eu - um português italiano índio - Mariko - a sino-germânica – e o preto Rei dos Rastafari. Pra frente e pra traz, purificando o centro da roda. E quem me surge do nada no centro da roda???
Levaram o burro para escola e o que ele aprendeu? Que o burro não sabe lê. Põe o burro trabalhando, colhendo, plantando e ele não sabe ler.
Ela novamente, Mariko. Dançando com graça e alegria, sorrindo como se aquele momento fosse algo sublime. E tudo se torna colorido, as crianças atentas tocando os tambores, os mais velhos coordenando a orquestra, o público cantando e Mariko, Mariko, tornando aquilo divino.
Surge uma câmera no meio da roda. Com seu cinegrafista duro, procurando a melhor imagem, o enquadramento perfeito. Filmando os pés da roda, os corpos da roda. A dança circular. Gira, gira e gira. Quem era purificado ali era a imagem filmada. Logo aqueles que assistirem essa imagens estarão recebendo aquela bença, aquela purificação de todas as pessoas da roda. Os tambores tocando e as pessoas girando. Mariko sorrindo, Jorge Mautner cantando, o som, Tudo aquilo transformado em pixels, criando uma imagem digital.
Comecei a entender o porquê dos tambores digitais.
¨Mãe eu não sou como você, eu quero conhecer novas pessoas, descobrir novas identidades, quero viver a diversidade desse mundo¨.
Gira, gira, gira, Mariko sorrindo, a lua brilhando, o calor de fortaleza. Gira, gira e gira. Jorge Mautner sério, a roda para de girar. Cortaram o som, ¨cortaram pois tinham de cortar¨.
TEIA 2010 - O Brasil reunido no centro de Fortaleza
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Iniciando as Conexões na TEIA 2010 em Fortaleza

por Jovem Palerosi
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terça-feira, 23 de março de 2010
Quão negros somos...Parte 3
por Carlos Magalhães
A vida é cheia de momentos alegres e inusitados. De rostos e sorrisos que nos encantam, nos fazem sonhar e deixar de existir no mundo da razão para alcançar o mundo da fantasia, onde todos podem ser felizes juntos.
É estou muito comovido, emocionado... Comecei a selecionar as fotos tiradas durante o evento Quão negros somos... e durante esse trabalho entrei em uma máquina do tempo, onde toda a experiência vivida até então volta à mente de maneira viva e calorosa.
Aqui todos sorriem para mim, aqui a tristeza perdeu espaço para a felicidade. Que alegria! Um dia de sol, muitas crianças, mulheres e homens dançando juntos, em rodas como em rituais antigos, sem se preocupar com outras coisas a não ser em interagir com aquele que está ao seu lado.
Tivemos entre as atividades a exposição de painéis de pesquisas ligadas à temática afro, seguido de diversas rodas de grupos de trabalho que serviram para aproximar as pessoas e expor as situações de racismo, violência e opressão que os afro descendentes vivem em seu dia a dia.
Na parte da tarde tive início as oficinas. No SESC São Carlos, um grupo grande de pessoas pode participar do ritual conduzido por Márcio Griô. Com um trabalho em roda fez com que todos ficassem descalços, relembrou músicas cantadas por seus ancestrais e conectou as vidas nessa mandala humana, conduzindo todos a um espaço/tempo deslocado do nosso cotidiano em São Carlos.
Enquanto isso na sede da Teia, o ponto de cultura Nos caminhos de São Paulo, sorrisos e crianças alegres corriam e se divertiam no gramado, dentro da tenda armada e em todos os cantos da Teia. As crianças são presentes que os seres humanos recebem todos os dias. De maneira natural elas encantam as pessoas, trazem alegria para o mais tristes e me fizeram perceber o presente que o presente me oferecia.
O grupo Urucungos – que coordenam o projeto do ponto de cultura Nos caminhos de São Paulo – sabia dar o tom perfeito para aquela criançada. Elas batucavam e dançavam as músicas do grupo, conduzidas pela sabedoria de Alceu e seus irmãos e irmãs.
Ahhh como é bom existir para viver dias como esse! Mas mesmo nesse clima de alegria tivemos um momento de tensão. O pequeno Chico subiu na árvore e lá em cima foi picado por formigas que o fizeram cair no chão.
Seu braço foi quebrado com a queda e seu choro pode ser ouvido por todos. Logo aquele acontecimento gerou uma tensão. E de maneira rápida o pequeno Chico foi conduzido para o hospital.
Por alguns segundos houve silêncio, as crianças cochichavam: Você viu o braço dele? Ficou mole. Quebrou!
“Calma, calma! Não criemos pânico”. A sabedoria dos membros da Teia e do grupo Uruncungos conduziram novamente todos à oficina, aquele havia sido apenas um acidente. Mais um no currículo do pequeno Chico, que tem a vontade e curiosidade de mil homens em um só. Ele está bem agora, terá de ficar alguns meses longe das árvores, mas já já ele volta!
O trabalho foi retomado e de maneira simples e verdadeira Alceu e sua turma continuaram a oficina. Fazendo todas as crianças voltarem a sorrir, tocar, cantar e dançar.
Aquele dia foi mais um presente que a vida me ofereceu e que com palavras tento oferecer a vocês.
Um beijo a quem chegou até aqui. E para aqueles que nunca lerão essas palavras, um abraço e tenham um bom dia.
domingo, 21 de março de 2010
Quão negros somos...Parte 2
Mais um dia do ritual Quão negros somos... Voltamos ao auditório no prédio da Prefeitura Municipal de São Carlos. No palco estavam presentes, Márcio Griô representando a Ação Griô, Alceu representando o ponto de cultura Nos caminhos de São Paulo. Vivian representando a Teia das Culturas, Denner representando a Prefeitura Municipal de São Carlos e Paulo representando câmara técnica das relações étnico raciais. Na plateia muitas pessoas que estiveram presentes no primeiro dia, voltaram para dar continuidade à sua formação, construindo novas visões de mundo a partir do evento.
Provavelmente essas pessoas estarão presentes em todos os momentos da programação do Quão negros somos. Recebendo a mensagem e passando adiante, para as pessoas de sua família, seus amigos, seus companheiros de trabalho.
E o tema da mesa é importante: Mesa de debate – perspectiva na relação entre saberes populares e escolares. Márcio é um mestre, um sábio. Uma pessoa que encadeia as palavras como versos tornando lírica qualquer comunicação. E através da poesia que ele expôs o trabalho da Ação Griô, contou sobre sua origem e deixou sua contribuição na mesa.
Depois Alceu trouxe sua experiência sobre o ponto de cultura Nos caminhos de São Paulo e o grupo Urucungos, falou de pedagogia de bar e outras experiências inéditas para muitos que estavam presentes. Lá em Campinas, o trabalho dos Urucungos se baseia na ação social e também no resgate histórico e cultural sobre a trajetória de muitos pretos que viveram naquela região, construindo o Brasil e sendo massacrados pelos historiadores brancos. O trabalho do Urucungos é o tipo de trabalho necessário, urgente, que precisa ser feito e espalhado por todos os cantos, para que novos Urucungos brotem da terra, tornando-se novos pontos de resgate e transformação social, histórica e cultura do continente latino americano.
A mesa prosseguiu, agora com os representantes da cidade falando. Pelo que entendi nosso contexto é um dos mais avançados do Brasil no que tange à políticas públicas para os afro-descendentes. Discorrer sobre como agora a sociedade e o poder público estão se movimentando, demandaria um outro texto, que pode surgir de maneira mais interessante através das mãos de um de seus participantes.
Ao fim ouve um breve debate entre o público e os participantes da mesa. Seguido de mais uma apresentação artística. O grupo Rochedo de Ouro iniciou um cortejo de Maracatu e conduziu todos para fora do Paço Municipal – o prédio da prefeitura que havia citado no começo do texto.
E diferente da noite anterior em que mulheres cantavam como deusas, agora homens – e algumas mulheres – cantavam com voz firme e vigorosa, batendo com força em seus instrumentos musicais, sendo conduzidos por uma mulher de azul que girava e girava. E por um líder que orienta o grupo a partir da sua voz e do seu apito.
E dentro dessa força nós começamos a andar e acompanhar o grupo nas ruas de São Carlos. E como um gracejo divino chegamos na praça Coronel Salles e ela estava repleta de adolescentes, uns trezentos. Vestindo roupas coloridas, sorrindo, vivendo na praça como se fosse ela parte de suas casas. E isso é o mais legal nessa história. Eu nunca na adolescência fui de passear em praças. Mas quando vejo essa juventude ali feliz, consigo de alguma maneira compartilhar dessa alegria.
O Rochedo de ouro continuou tocando, alguns adolescentes dançavam ao redor e quando o Rochedo continuou seu trajeto, uma briga, um barraco, algum coisa aconteceu e fez os trezentos adolescentes correrem como um bando em direção à confusão que teve início.
Hahahahaha é rir pra não chorar.
São muitas emoções em muito pouco tempo. Essa nova geração é fruto de nossa sociedade, são os filhos dos filhos. São diferentes, respeitam e vivem a diversidade sexual, convivem próximos, mas vivem brigando.
Isso é apenas a ponta de um iceberg de emoções que estamos vivendo no Quão Negros Somos... Amanhã tem mais texto. Eu havia prometido fotos hoje. Mas vou deixar elas pra encerrar os últimos textos. São muitas! A seleção delas é mais difícil de se fazer. Mas em breve vocês terão acesso. Um beijo a vocês que chegaram até aqui. E para aqueles que nunca lerão essas palavras, um abraço e tenham um bom dia.
Resenha: Lançamento do Ponto de Cultura Independência ou Marte – Conexões Solidárias
por Alberto Geraissate (original em culturadigital.br/sermultimidia)
Só me dei conta do que tinha acontecido de fato quando cheguei de manhã no trabalho no dia seguinte e um colega me perguntou os resultados do futebol. Não sabia, disse-lhe que na noite anterior eu estava em uma realidade paralela. Não foi apenas uma metáfora. O lançamento do Ponto de Cultura Independência ou Marte – Conexões Solidárias de fato nos levou a conhecer uma realidade que mesmo para os mais entusiastas da cultura digital – como eu – poderia parecer ingênua e deslocada no contexto neo-liberal que a produção cultural se encontra há algum tempo.
sábado, 20 de março de 2010
Quão negros somos...Parte 1
Atrasado, correndo, pegando a câmera na mão, pronto para disparar fotografias digitais. Assim começou a noite de quinta-feira às 19h30 do dia 19 de março de 2010, para um dos fotógrafos do evento.
Mas cheguei na hora H! A M.C. chamava as pessoas para falarem, enquanto o público que enchia o salão/auditório/teatro aguardava o início de mais um trabalho, mais um ritual, mais uma cerimônia.
Estamos na abertura do evento Quão negros somos... Um momento de atualização política e cultural da cidade de São Carlos, organizado pela Teia - Casa de Criação. O nome do evento já merece destaque, é uma frase forte que nos leva à reflexão.
Quão negros somos? Quão negros somos! Quão negros somos...
Foram apresentadas pela M.C. diversas personas de São Carlos, mas poucos falaram, poucos tinham algo a dizer. Nesses momentos de diálogo, de comunicação oral e direta. As palavras ganham uma dimensão potente e efêmera. Efêmera, por se dissipar em nossa memória com o passar dos anos mas potente por construir na memória de nossas vidas algo que levaremos para sempre.
E dentro deste contexto uma boa notícia! Novos pontos de cultura estão chegando à cidade de São Carlos! Através da parceira – ou convênio – entra a Prefeitura Municipal de São Carlos e o Governo Federal.
Cabe agora aos pontos de cultura que existem na cidade se aproximar, juntar forças, para introduzir o programa cultura viva, conhecer, conversar e trocar com outros grupos culturais da cidade, acelerando suas inserções no processo cultural colocado em nosso país.
E era isso que estava acontecendo naquele espaço. As pessoas estavam semeando ideias, forças, caminhos possíveis para um futuro próximo.
E contando histórias da vida e dos pontos de cultura, que Célio Turino encerrou sua fala.
Poucos segundos de silêncio se instauraram no salão, a calmaria antes da tempestade. Até começar e ecoar os trovões e as palavras de deusas até então misteriosas e desconhecidas.
Começou o Girafulô, começava o primeiro cortejo da programação do evento. Mulheres e um homem – ou mais de um, não me recordo – dançavam, vestindo roupas brancas, saias floridas, batucando em tambores e cantando com voz doce e hipnotizante.
A mágica estava no ar. Muitos eram enfeitiçados, inclusive eu. Que perdi a mão das fotografias mais institucionais e comecei a apertar o botão acreditando na intuição. E dessas fotos intuitivas que saiu a foto tema do texto, e enfeitiçados pelo som as pessoas começaram a seguir o cortejo, que rumava para um prédio antigo no centro da cidade de São Carlos, onde estava pra acontecer o lançamento do ponto de cultura Independência ou Marte – Conexões Solidárias.
Agora serão mais três dias de programação. Mais três textos a serem redigidos. Além de mais fotos que no próximo texto coloco o link para todos acessarem.
Um beijo a vocês que chegaram até aqui. E para aqueles que nunca lerão essas palavras, um abraço e tenham um bom dia.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Lançamento do Ponto de Cultura Independência ou Marte - Conexões Solidárias
O evento será na Sede do Massa Coletiva – Núcleo Cooperativo de Comunicação e Cultura, proponente do projeto, e integrará a programação do “Quão Negro Somos”, encontro de formação realizado pelo Ponto Teia – Casa de Criação, o mais antigo da cidade.
A programação deste dia contará com a presença de Célio Turino, secretário de Cidadania Cultural do MinC, que lançará seu livro Ponto de Cultura – O Brasil de Baixo para Cima. Ele, Felipe Silva (Massa Coletiva) e Pablo Capilé (Circuito Fora do Eixo) irão compor uma mesa sobre o momento as articulações do poder público com a sociedade civil para o Setor da Cultura.
A noite ainda contará com apresentações artísticas, como a Discotecagem Radiofônica Independência ou Marte, que consiste em um projeto voltado a difusão da nova música brasileira independente, além de projeções de vídeos e outros materiais do Ponto de Cultura, como as primeiras gravações do longa-metragem "Delírios de um Cinemaníaco".
O evento é aberto ao público, à partir das 20h30, na rua 7 de Setembro, 2053 Centro.
quinta-feira, 4 de março de 2010
São Carlos participará da Mostra Artística TEIA dos Pontos de Cultura em Fortaleza (CE)
Este mês a
Para esse encontro, foi aberto também um novo edital, desta vez para a Mostra Artística dos Pontos, nas áreas de Teatro, Artes Integradas, Artes Visuais, Dança, Circo, Música e Cultura Popular. Dentre as 88 apresentações selecionadas de todo o país, novamente a cidade foi contemplada, com a Discotecagem Radiofônica Independência ou Marte. O projeto é uma vertente do ponto de mesmo nome, e possui seleções sonoras que abarcam a diversidade da música brasileira contemporânea, com muita experimentação, samples e outras intervenções.
A Discotecagem Radiofônica completa 2 anos de existência neste mês, e ganha como presente esta nova apresentação no Nordeste, onde fez uma tour em agosto do ano passado. Já acumula no currículo também apresentações em diversos lugares do país por estados como Mato Grosso, Acre, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
quarta-feira, 3 de março de 2010
DIAS EM TRÂNSITO PARTE 5 FINAL
por Carlos Magalhães
Está tudo acabado? Os dias passaram rápidos como estrelas cadentes nas noites estreladas de verão. O sentimento de saudade e uma pequena tristeza tomam conta do meu corpo. A tristeza de estar longe daqueles que ficaram tão próximos em tão pouco tempo. A tristeza em saber que só daqui a algum tempo estaremos todos juntos novamente. Quem são eles? Quem somos nós? A vida toda dançando na nossa frente e a única coisa que podemos fazer é tentar acompanhar a música, bailar feliz, alegre, sorrindo para rostos desconhecidos, abraçando e trocando carinho com pessoas que nunca vimos antes. Todos unidos por um mesmo sentimento, por uma mesma força, a cultura brasileira, a cultura das vidas humanas e de toda a graça que existe no mundo.
Os dois últimos dias da Teia paulista de pontos de cultura Guarulhos/SP foram preenchidos por debates, grupos de trabalho, plenárias e outras coisas mais para alimentar a programação do II Fórum paulista de pontos de cultura.
Um fórum é como uma escola, ¨você sempre irá aprender e ensinar alguma coisa, errando ou acertando, mas sempre irá aprender ensinar alguma coisa¨ e novamente as sábias palavras de Lumumba me vem a mente. Aprendi a escutar, entender e me posicionar nos momentos corretos. Aprendi isso errando e acertando. O grupo de trabalho que participei foi definido seguindo o critério de Macro Regiões, desenvolvido para conseguir permitir um coro interessante de pessoas por regiões no estado de São Paulo. Eu era um dos representantes da região Central, estavam presentes também as regiões de Ribeirão Preto, Franca e Barretos neste grupo de trabalho.
Os temas debatidos pelas pessoas eram os mesmos em todos os grupos de trabalho (ao todo 12 GTs) os grupos eram coordenados por uma facilitadora e um redator. Essa dupla facilitadora/redator eram os responsáveis por sistematizar o pensamento e as diretrizes desenvolvidas pelo grupo e apresentar esse conteúdo na plenária para todos os pontos de cultura e representantes do poder público.
No primeiro dia dos GTs, as pessoas se apresentaram e teve início o debate. Um senhor que também entrou na rede pelo edital de pontos de cultura do estado de SP começou a tentar pautar o debate, levantando questões como capitalismo agressivo, levar a cultura àqueles que não tem (sic), questionamentos como por que as mulher, gays e negros não estão no poder e outras frases chavões que caracterizam tanto o preconceito e o racismo do pensamento branco hegemônico da sociedade paulista. Dessa vez toda minha raiva e indignação não precisaram ser contidas, todo meu sentimento pôde ser colocado para fora por minhas palavras e pela inteligência coletiva.
Resumindo fui pra cima, desmoralizei o discurso do cara e de bate pronto conquistei meu primeiro opositor na rede e me posicionei junto àqueles que lutam por uma transformação social pela cultura. As pautas que ele tentava trazer foram todas combatidas e um pensamento sobre cultura pôde ser desenvolvido pelo grupo.
E esse foi apenas o primeiro dia! Depois as pautas foram levadas e aprovadas pela plenária tendo início o segundo dia de debates dos Grupos de Trabalho. Era o momento de decidirmos quem faria parte da comissão paulista de pontos de cultura e o que é essa comissão, quais são as entregas que ela deve fazer para aproximar os pontos e tentar começar a construir algo como um movimento social.
Novamente nosso amigo reacionário tentou pautar o debate e novamente eu e outros membros do nosso grupo de trabalho nos posicionamos contrariamente às suas opiniões trazendo outros debates para a rede. Entendi então qual o grande problema do edital que participei e que nos inseriu na rede de pontos de cultura. O programa Cultura Viva não foi descrito no edital e todas as pessoas do nosso grupo que eram como eu, filhos da nova geração do edital, não conheciam o programa. Isso já acendeu um sinal de alerta na cabeça de todos! O programa é a base conceitual e o plano que permite uma mínima identidade entre os pontos de cultura, sem esse norte há uma grande chance de se deturpar e mudar o caminho que os pontos estão trilhando. As pessoas presentes entenderam a importância de se informar sobre o programa Cultura Viva. O próprio catálogo que recebemos no credenciamento do evento já é suficiente para se introduzir o programa.
Esse foi o dia que mais consegui participar e ajudar. Trouxe uma ferramenta que já existe e está em prática no movimento social que faço parte, o Circuito Fora do Eixo. A ferramenta é a da circulação, aproveito o espaço aqui para colar o tema que foi levado como uma das diretrizes dessa comissão e que será o trabalho que irei desenvolver junto aos outros pontos ao longo desse ano:
A circulação é a ferramenta para criar musculatura e melhorar a relação entre os próprios pontos de cultura. Pois um representante de um ponto de cultura viajando pela macro, visitando todos os pontos, conhecendo as bases desses pontos, dormindo na casa desses pontos, vendo as apresentações, os trabalhos de formação que eles desenvolvem e aproveitar esses encontros para que longe de um contexto influenciado pelas campanhas políticas, permita a criação de um campo fértil para surgirem as pautas e as propostas como movimento.
Após o debate e a redação das diretrizes, começamos a escolher quem seriam os representantes da comissão paulista de pontos de cultura. Aí cometi meu maior erro, elaborei na minha cabeça a comissão ideal e a propus em minha primeira fala. O erro foi não ter conversado isso com todas as pessoas antes e ao invés de falar a comissão que considerava ideal, apenas me colocar à disposição de compor essa comissão.
A comissão que propus foi a mais votada e será a representante da nossa macro região na próxima comissão paulista dos pontos de cultura. A única pessoa que não votou em mim foi o amizade reacionário, esse talvez tenha sido um grande acerto meu, deixei claro minha posição, não estava ali pra compor com ele nem para evitar um desgaste, estava personificando a resistência a esse cara.
Fui escolhido pelo grupo de trabalho para apresentar nossas idéias frente à plenária. Consegui executar esse trabalho, confesso que um certo nervosismo tomou conta de mim alguns minutos antes da apresentação. Mas lembrei das sábias palavras que meu camarada Felipe Silva disse minutos antes da plenária:¨lembre-se, mantenha a respiração calma o coração batendo no mesmo ritmo, não deixe as emoções te conduzirem, seja verdadeiro que vai dar tudo certo¨. Então parei, tentei meditar um pouco, olhei para as pessoas que me passavam confiança, peguei o microfone e apresentei as ideias, foi tudo calmo, simples e natural.
Então as propostas todas foram apresentadas e começou o debate para eleger o representante e seu suplente do estado de São Paulo na comissão nacional dos pontos de cultura. Aí o bicho pegou!!! O moderador da mesa, que mais parecia um trator do que um ser humano, atropelava a tudo e a todos. Até que Iki Banto se revoltou e começou a questionar aquele comportamento e todos começaram a questionar o valor daquela mesa na condução do debate. Então a mesa ficou um pouco mais humilde... O ser humano é impressionante mesmo, o cara só por ter o microfone e uma experiência em moderação se achava um Deus que podia humilhar e menosprezar os outros, só quando uma pessoa se revolta levanta a voz e ameaça sua integridade cai a ficha da pessoa que ela está sendo escrota e precisa mudar seu comportamento.
Talvez esse seja o grande ponto, não podemos mais baixar a cabeça nem aceitar as coisas que são enfiadas goela a baixo, já é hora de levantar a cabeça, olhar para os lados e ver que não estamos sozinhos, ver que estamos juntos, caminhando em uma mesma direção, que nossas armas são a nossa cultura, que nossas bases são nossas famílias (no sentido mais amplo que essa palavra possa ter), as pessoas que nos amam e todos aqueles que estão conosco onde quer que vamos. Estamos juntos, mudando o comportamento, vivendo a transformação em nossos corpos, corações e mentes. Ninguém veio ao mundo, está vivo sem um motivo, sem um propósito, estamos vivos e temos de agradecer isso pois esse é o espaço e tempo que temos para mudar, deixar algo para aqueles que virão, olhar para os que já existiram e mostrar seu valor, transcender por nossas ações o corpo e a alma tornando nossas vidas ecos de alegria e transformação, semeando novos mundos onde o dinheiro e a ciência não são maiores que a natureza e a saúde dos seres humanos.
Aproveito essas últimas linhas para deixar aqui uma referência às pessoas importantes que me ajudaram a entender toda essa transformação social que estou vivendo durante a Teia: Daniel (São Carlos), Lumumba (São Luís do Paraitinga), Mariana di Stella (São Paulo), Tony (Franca), Joice (Hortolândia), Iki Banto (Campinas), os pretos do hip hop que improvisavam nas festas disparando palavras como flechas na alma das pessoas, as mulheres que cantavam e batucavam como deusas e todos aqueles que com um sorriso, dançando e cantando comigo viveram momentos marcantes que se perderão em nossas memórias mas ecoarão por toda a eternidade.
Mulher brasileira / aonde é que está você?
Um beijo Brasil! Essa noite iremos dormir juntos em braços esplêndidos para acordar em outro lugar, em um novo mundo.