4x4 - Gigante Animal + The Vain + Ponto 50 + Garotas Suecas
Domingo é um dia um tanto quanto difícil; nas cidades do interior – ao menos creio eu, interiorano convicto – ainda existe alguma mentalidade taciturnamente estabelecida com relação ao sagrado repouso dominical. Talvez isso tenha sido um dos motivos pelos quais a casa não estivesse com muita gente. Com tanta banda legal e por um preço acessível essa é a única explicação que se apresenta, além da chuva que dominou o fim de tarde/noite.O pessoal da Graves e Agudos cedeu um equipamento responsa, que segurou na medida certa o necessário para o local. O manejo de tudo ficou por conta da Técnica do Massa Coletiva, que se desdobrou pra montar, desmontar e passar o som de todas as bandas, que também ficaram bastante felizes com o resultado que obtiveram.Antes das 19h já estavam lá todas as bandas da noite, escaladas pelo jornalista e organizador do festival Escuta Essa, Nilo Pires e encaminhadas (de novo! rs!) pelo pessoal da Amplitude ao evento 4x4. Por volta das 20h, abrindo a noite, sobe ao palco o simpático pessoal do Gigante Animal, que estava distribuindo duas demos em troca apenas de seu e-mail. Encarte econômico de papel, muito peculiar e com uma arte bem autoral. No show, apresentaram um repertório exclusivo de canções próprias em português, com duas guitarras, contra baixo, piano(!), uma bateria muito bem executada, e duas vozes alternadas. As letras e os arranjos seguem um misto interessante de facilidade de compreensão e de um rebuscamento sem complicação; fico curioso para acompanhar os trabalhos vindouros dos rapazes.
A troca entre as bandas foi bem rápida, e quem assumiu na seqüência foi o sexteto taubateano The Vain, que trouxe o repertório de um disco duplo lançado em março desse ano. Em citação à fontes diretas (leia-se “no myspace dos rapazes diz”): “uma banda com vontade de ser grande na tal da “cena independente”. Enérgicos no palco, pulam, gritam e se batem entre os grudentos e saturados refrões em inglês. Sente-se fortes raízes numa espécie de Britpop melancólico, um sombrio indie rock decomposto.
A terceira banda da noite foi a Ponto 50. (www.ponto50.com), com uma pegada rock`n roll dos anos 80, cover mesmo; com uma incursão bem forte pela música nacional, além de algumas composições próprias também, que necessitam de um processo de amadurecimento, com foco no processo e no que almejam como artistas.
Ai veio o singular povo do Garotas Suecas, já com certo reconhecimento local (tocaram na Festa do Independência ou Marte) e mais do que bem-vindos para auxiliar a quebra desse tácito pacto dominical de silêncio. Com letras muito bem sacadas e com um clima retro de extremo bom gosto, colocou todo mundo pra dançar com o som deles que possui uma inegável influência do rock sessentista, com o iê-iê-iêa a la Robertão, Beatles, etc...Os caras que estão com a agenda cheia mesmo nesse fim de ano, já estão até com outra turnê marcada nos States para janeiro de 2009. Com certeza serão novamente bem recebidos pela força, originalidade e alegria da apresentação.
Mas acima de tudo, o evento foi importante para refletir sobre todas as parcerias e entender o que realmente se busca em um processo coletivo.
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