quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Palquinho Maluco: The Name + Macaco Bong

Então tá, agora é pra valer. Um monte de longas e densas reuniões, horas de trabalho na frente do computador – fichas de produção, textos, flyers – leva e traz equipamentos. Eis que chega o momento do primeiro evento – desses que sempre se faz, sem nada de mais, mas sem faltar nada também – sob a organização do Massa Coletiva. Completinho, trabalho conjunto de todos os membros de todos os núcleos. Os equipamentoss foram os de Julinho – talvez o Massa não estivesse ainda apto para segurar essa, mas está em vias de – que cuidou do som, ficando a cargo da galera só auxiliar a passagem de som e o ajuste fino.
Primeira atividade do previamente batizado “Novembro Maluco” – dois trios em turnê conjunta, indicados pelo selo Amplitude. O Macaco Bong, depois de uns 2 meses sem visitar os calorosos domínios de Cuiabá (casa do trio e do Espaço Cubo), voltam para São Carlos (após exatamente um mês de sua memorável apresentação no festival Contato) traz consigo a banda The Name – trio paulistano pós-punk, segundo o Myspace. Juntos, eles dão continuidade à série de turnês pelo interior paulista, desbravando cidades como Araraquara, Ribeirão Preto, Limeira, etc.
O The Name abriu o espetáculo; apresentaram um repertório exclusivamente autoral. Os instrumentos: guitarra, baixo, bateria e voz. Canções em inglês, todas disponíveis para download na internet. Os meninos tocaram pouco, 6 ou 7 músicas, mas foi o suficiente para fazerem um show conciso e ideal para uma banda de abertura. O que mais marca além do profissionalismo e da sincronia na execução das músicas é a busca por uma mescla entre timbres oitentistas ingleses, ao mesmo tempo em que se busca novas sonoridades complementares, como por exemplo, a bateria eletrônica que possui loops programados, além de timbres de outros instrumentos percussivos bem interessantes. Letras em inglês, instrumentos propícios às sonoridades, e a criação de uma atmosfera muito interessante. Para quem quiser saber mais, a banda comentou sobre seu trabalho no programa Independência ou Marte de número 72 (baixe no www.independenciaoumarte.blogspot.com).
Mas, grande parte das pessoas vieram mesmo assistir os cuiabanos chapa e cruz, seja para rever uma das maiores bandas brasileiras dos últimos tempos, seja para matar a curiosidade, pelo tanto que se fala nesse power trio. E não deu outra, ao longo da segunda apresentação, eles foram ovacionados pelo público, um sucesso absoluto de crítica imediata, com direito até a bis, fã pedindo palheta e tietes arrastando asa pra eles. Os 3 deram aula de seus instrumentos: Ynaiã fritou ritmos e batuques impossíveis na bateria que parecia pequena para a vontade dele, sempre cantando as células rítmicas, enquanto solta o braço e abusa do pedal duplo; Kayapy provou mais uma vez a sua intimidade com a guitarra elétrica – a semelhança Hendrix transcende um pouco a simples aparência – demonstrou uma série de melodias complexas e de peso através dos dedos longos, crescendo a expressividade ao longo do tempo e ganhando o centro das atenções; e Ney Hugo, em sua concentração estática, harmonizando com maestria a construção da interessante atmosfera estabelecida. Presenciamos então, o já “famoso”, Rock Erótico, inegavelmente transbordante de lascívia, com todos os 3 executando uma espécie de cópula interior meditativa; a sensação orgástica é coletiva, o jorro sai da música que salta e circula pelo ambiente.
E todo mundo colocou a mão na massa, sem exceção: fotos brilharam, filmagens rodaram; alternaram-se funções de bar, banquinha e etc. Por volta das 4 da manhã, restava uma dúzia de sobreviventes fechando o bar, abrindo a última lata. Fez-se o necessário, que foi lindo. Provou-se a funcionalidade deste coletivo insuspeito e heterogêneo. Depois da chuva de ontem, a massa definitivamente se firmou.Djalma Nery (+Jovem Palerosi)

fotos: Rafael Rolim e Renata Figueiró

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