Massa Coletiva – Núcleo Cooperativo de Comunicação e Cultura
São Carlos se caracteriza como um município de referência nacional por possuir grandes centros de pesquisa e universidades, além de ter participado de diversas cenas culturais, mas de maneira fragmentada. A cidade sempre demonstrou um grande potencial de produção e agora começa a se consolidar ainda mais como um ponto importante para a cultura independente no país. A partir de 2007 começa a receber importantes shows musicais, cria meios de comunicação alternativos e realiza com sucesso, em fevereiro de 2008, a primeira edição do festival integrado Grito Rock. Na seqüência, diversas atividades e eventos começam a se consolidar, com destaque para as edições do projeto Independência ou Marte, A Festa! - o braço de eventos do programa de rádio semanal - que trouxe algumas das bandas mais efervescentes do cenário musical alternativo, como Júlia Says (PE), Academia da Berlinda (PE), Astronauta Pingüim (RS), Trilobit (PR), Mamelo Sound System (SP), Garotas Suecas (SP), Black Mekon (EUA), entre outros.
A importância que São Carlos começou a tomar no cenário nacional chamou mais atenção, e os artistas e produtores culturais locais começaram a sentir uma necessidade cada vez maior de juntarem forças para construir bases sólidas na criação e produção conectada às novas mídias, novas formas de trabalho e novas possibilidades na troca de tecnologias e conteúdos. Sendo assim, em consonância com as estruturas que vinham sendo propostas em caráter nacional, identificamos a Economia Solidária como a sistemática ideal também para o nosso contexto, se colocando a partir de então como um núcleo efetivo dentro do Circuito Fora do Eixo, em consonância com outros pontos estruturados no país, como Cuiabá (MT), Uberlândia (MG) e Rio Branco (AC). Contaminados por uma vontade intrínseca de se produzir cada vez mais e estabelecer sistemas de produção e circulação com base na colaboratividade, cria-se em outubro de 2008 o Massa Coletiva – Núcleo Cooperativo de Comunicação e Cultura, com base em São Carlos, mas que desde suas raízes mostra uma proximidade muito grande com outras cidades da região, colocando-se inclusive como entidade articuladora do Circuito no interior de São Paulo. Na verdade, o núcleo surge na junção de diversas iniciativas que já estavam em andamento de forma coerente e com relativa importância, mas que acreditaram na unificação como possibilidade de potencializar as forças de trabalho para criar estruturas que permitam a produção de forma cada vez mais autônoma. Os atuais projetos do Massa Coletiva são: a continuidade do Festival Grito Rock – que além da segunda edição sãocarlense, terá também a primeira edição em Araraquara; a continuidade das festas mensais do Independência ou Marte; o trabalho de produção, divulgação, registro e criação audiovisual das bandas Plano Próximo, Malditas Ovelhas e Javali Underground e dos DJs FioDiback & Youngman, além da continuidade da parceria com a Amplitude/Tronco Produções nas turnês integradas pelo interior de São Paulo, como as já realizadas com as bandas Fóssil (CE), Macaco Bong (MT), Attractive and Popular (EUA) e Calumet Hecla (EUA). Paralelamente, possuímos um grupo permanente de pesquisa que está trabalhando na integração do Circuito Fora do Eixo com a Rede IFES - rede nacional de troca de conteúdos de áudio e vídeo entre emissoras públicas de rádio e tv – que atua também no mapeamento da cadeia produtiva da música em São Carlos e participa da criação de conteúdo para o Portal Fora do Eixo.Uma vez composto por uma eclética força de trabalho, o grupo tem como próximas metas a realização de um Ciclo de Formação focado principalmente no trabalho coletivo, nas estruturas da cadeia produtiva da música independente e na formação em economia solidária; a consolidação de um encontro mensal para discutir os caminhos da arte eletrônica na região; a implantação de um estúdio de ensaio e produção de áudio, além da estruturação de um projeto para possibilitar a produção audiovisual de curtas, médias e longas metragens. Hoje, com núcleos duros de produção que contam com cerca de vinte integrantes, o Massa Coletiva dá passos largos na consolidação deste processo e busca parceiros para estabelecer cada vez mais trocas e somas. O que era um contexto, agora é visualizado de forma mais ampla e os caminhos que começam a ser trilhados, tendem a ganhar pavimento, sustentação e estrutura. E é pela natureza das pessoas que se envolvem neste processo que se dá a configuração de algo que não possui uma moldura, mas sim está em eterno movimento e transformação.
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