Atrasado, correndo, pegando a câmera na mão, pronto para disparar fotografias digitais. Assim começou a noite de quinta-feira às 19h30 do dia 19 de março de 2010, para um dos fotógrafos do evento.
Mas cheguei na hora H! A M.C. chamava as pessoas para falarem, enquanto o público que enchia o salão/auditório/teatro aguardava o início de mais um trabalho, mais um ritual, mais uma cerimônia.
Estamos na abertura do evento Quão negros somos... Um momento de atualização política e cultural da cidade de São Carlos, organizado pela Teia - Casa de Criação. O nome do evento já merece destaque, é uma frase forte que nos leva à reflexão.
Quão negros somos? Quão negros somos! Quão negros somos...
Foram apresentadas pela M.C. diversas personas de São Carlos, mas poucos falaram, poucos tinham algo a dizer. Nesses momentos de diálogo, de comunicação oral e direta. As palavras ganham uma dimensão potente e efêmera. Efêmera, por se dissipar em nossa memória com o passar dos anos mas potente por construir na memória de nossas vidas algo que levaremos para sempre.
E dentro deste contexto uma boa notícia! Novos pontos de cultura estão chegando à cidade de São Carlos! Através da parceira – ou convênio – entra a Prefeitura Municipal de São Carlos e o Governo Federal.
Cabe agora aos pontos de cultura que existem na cidade se aproximar, juntar forças, para introduzir o programa cultura viva, conhecer, conversar e trocar com outros grupos culturais da cidade, acelerando suas inserções no processo cultural colocado em nosso país.
E era isso que estava acontecendo naquele espaço. As pessoas estavam semeando ideias, forças, caminhos possíveis para um futuro próximo.
E contando histórias da vida e dos pontos de cultura, que Célio Turino encerrou sua fala.
Poucos segundos de silêncio se instauraram no salão, a calmaria antes da tempestade. Até começar e ecoar os trovões e as palavras de deusas até então misteriosas e desconhecidas.
Começou o Girafulô, começava o primeiro cortejo da programação do evento. Mulheres e um homem – ou mais de um, não me recordo – dançavam, vestindo roupas brancas, saias floridas, batucando em tambores e cantando com voz doce e hipnotizante.
A mágica estava no ar. Muitos eram enfeitiçados, inclusive eu. Que perdi a mão das fotografias mais institucionais e comecei a apertar o botão acreditando na intuição. E dessas fotos intuitivas que saiu a foto tema do texto, e enfeitiçados pelo som as pessoas começaram a seguir o cortejo, que rumava para um prédio antigo no centro da cidade de São Carlos, onde estava pra acontecer o lançamento do ponto de cultura Independência ou Marte – Conexões Solidárias.
Agora serão mais três dias de programação. Mais três textos a serem redigidos. Além de mais fotos que no próximo texto coloco o link para todos acessarem.
Um beijo a vocês que chegaram até aqui. E para aqueles que nunca lerão essas palavras, um abraço e tenham um bom dia.
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